A Santidade de Deus e a necessidade de arrependimento: uma pregação urgentemente necessária (2)

O arrependimento como marca contínua da vida cristã

O arrependimento marca o início da vida cristã e, também, caracteriza a sua totalidade. Packer resume: “A mudança é radical, tanto interior como exteriormente: ânimo e opinião, vontade e afetos, conduta e estilo de vida, motivos e propósitos são todos envolvidos. Arrependimento significa começo de uma nova vida”.[1]

A primeira evidência de nosso arrependimento é uma nova visão a respeito de Deus e de seu caráter. Pelo arrependimento, podemos constatar, com vergonha e tristeza, que a essência de todo pecado é que ele é contra Deus. Ainda que nossos atos sejam justificados cultural e socialmente, se não forem condizentes com a Palavra, são pecaminosos e, portanto, atos maus diante de Deus. Por isso, Davi, no alto de seu prestígio e poder, arrependido, teve que confessar a Deus o seu pecado que culminou em adultério com Bate-Seba e a morte de Urias (2Sm 11): “Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mal ([r;)(ra`) perante os teus olhos, de maneira que serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar” (Sl 51.4).

 

O terrível é que muitas vezes usamos dos recursos que Deus nos dá justamente para ofendê-lo, blasfemando o seu nome. É o que Deus diz ao rebelde e contumaz povo de Israel: “Adestrei e fortaleci os seus braços; no entanto, maquinam ([r;)(ra`) contra mim” (Os 7.15).

 

Uma vez que Deus não é indiferente ao pecado, ao povo rebelde, ordena: “Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade ([;ro) (roa`) de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer o mal ([[;r’) (ra`a`)(Is 1.16).

 

Também adverte em diversas passagens e contextos:

 

Ai daqueles que, no seu leito, imaginam a iniquidade e maquinam o mal ([r;)(ra`)! À luz da alva, o praticam, porque o poder está em suas mãos. (Mq 2.1).

Não permitas que meu coração se incline para o mal ([r;)(ra`), para a prática da perversidade na companhia de homens que são malfeitores; e não coma eu das suas iguarias. (Sl 141.4).

14Buscai o bem e não o mal ([r;)(ra`), para que vivais; e, assim, o SENHOR, o Deus dos Exércitos, estará convosco, como dizeis. 15Aborrecei o mal, e amai o bem ([r;)(ra`), e estabelecei na porta o juízo. (Am 5.14-15).

Tão certo como a justiça conduz para a vida, assim o que segue o mal ([r;)(ra`), para a sua morte o faz. (Pv 11.19).

Quem procura o bem alcança favor, mas ao que corre atrás do mal ([r;)(ra`), este lhe sobrevirá. (Pv 11.27).[2]

Ai do perverso! Mal ([r;)(ra`) lhe irá; porque a sua paga será o que as suas próprias mãos fizeram. (Is 3.11).

 

 

Maringá, 24 de janeiro d e2019.

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa

 

*Acesse aqui esta série de estudos completa


 

 

[1]J.I. Packer, Teologia Concisa, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1999, p. 152.

[2]       “O homem depravado cava o mal ([r;)(ra`), e nos seus lábios há como que fogo ardente” (Pv 16.27).

 

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