A Pessoa e Obra do Espírito Santo (496)

7. Manifestar o fruto do Espírito

22 Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,  23 mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. (Gl 5.22-23).

15 Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores.  16 Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?  17 Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus.  18 Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons.  19 Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo.  20 Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis. (Mt 7.15-20).

Se o Espírito habita em nós guiando a nossa vida, o seu fruto será uma constante em nossa disposição de ânimo e atitudes. O fruto do Espírito é o sinal de sua habitação em nós.

            Ainda que os dons do Espírito acompanhem a nossa vida, o fruto é a grande e determinante evidência de nossa salvação.[1] Tudo isso, porque somos novas criaturas e, o Senhor, em sua misericórdia, tem nos sustentado.

  8. Confissão sincera do Senhorio de Cristo

9 Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.  10 Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação. (Rm 10.9-10).
Por isso, vos faço compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus afirma: Anátema, Jesus! Por outro lado, ninguém pode dizer: Senhor Jesus!, senão pelo Espírito Santo. (1Co 12.3).

O Espírito capacita-nos a reconhecer e confessar a Cristo como nosso Senhor. Esta confissão implica tê-lo de fato como o Senhor de nossa vida, buscando sempre a sua orientação em todas as decisões a serem tomadas.

Ter a Jesus como Senhor significa submeter os nossos planos, nossos sonhos e nossa vida à sua direção. Quem faz esta confissão, “experimentou a obra profunda do Espírito”, comenta Bruner.[2] A característica fundamental do Espírito e de seus dons, é a confissão sincera do Senhorio de Cristo (1Co 12.3).[3]

“Portanto, independentemente do dom que a pessoa tenha recebido, o padrão que afere sua genuinidade é a confissão de que Jesus Cristo é o Senhor, e o seu uso com o propósito de edificar a Igreja. Deus não é Deus de confusão, mas de paz”, enfatiza Bavinck.[4]

9. Orar no Espírito

Com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos. (Ef 6.18).
Vós, porém, amados, edificando-vos na vossa fé santíssima, orando no Espírito Santo. (Jd 20).

Conforme já meditamos, o Espírito é Quem nos ensina a orar como convém; ou seja: orar segundo a vontade de Deus. A oração é educativa, pois nos desafia a confiar nas promessas de Deus registradas na sua Palavra e, assim, na medida em que confiamos, podemos amadurecer a nossa fé por meio do aprendizado experiencial, de que Deus cumpre fielmente as suas promessas.

“Com a oração encontramos e desenterramos os tesouros que se mostram e descobrem à nossa fé pelo Evangelho”, observou Calvino.[5] Portanto, este tesouro não pode ser negligenciado como se “enterrado e oculto no solo!”.[6]“Agora, quanto é necessário, e de quantas maneiras o exercício da oração é útil para nós, não se pode explicar satisfatoriamente com palavras”.[7]

Outro ponto relevante, é que a oração do Espírito é sempre por meio de Cristo. Isto significa que quando oramos, o fazemos por iniciativa do Espírito, através de Cristo, no nome de Cristo. Portanto, fazer tal oração significa harmonizar a nossa vontade com a do Filho.

Retomamos o comentário de Pink:

Solicitar algo a Deus, em nome de Cristo, quer dizer solicitar-lhe algo em harmonia com a natureza de Cristo! Pedir algo em nome de Cristo, a Deus Pai, é como se o próprio Cristo estivesse formulando a petição. Só podemos pedir a Deus aquilo que Cristo pediria. Pedir em nome de Cristo, pois, significa deixar de lado nossa vontade própria, aceitando a vontade do Senhor!.[8]

São Paulo, 06 de junho de 2022.

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa


[1]“Podemos ser salvos sem muitos dos dons do Espírito, mas não podemos ser salvos sem o fruto do Espírito” (A.A. Hoekema, Salvos pela Graça, São Paulo: Cultura Cristã, 1997, p. 51).

[2] Frederick D. Bruner, Teologia do Espírito Santo, São Paulo: Vida Nova, 1983, p. 228.

[3] Veja-se: Herman Bavinck, Our Reasonable Faith, p. 394.

[4] Herman Bavinck, Our Reasonable Faith, p. 395.

[5]João Calvino, As Institutas,III.20.2.

[6]João Calvino, As Institutas,III.20.1.

[7]João Calvino, As Institutas da Religião Cristã: edição especial com notas para estudo e pesquisa, São Paulo: Cultura Cristã, 2006, v. 3, (III.9), p. 92.

[8]A.W. Pink, Deus é Soberano,Atibaia, SP.: FIEL, 1977, p. 134.

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