“Eu lhes tenho dado a tua Palavra” (Jo 17.1-26) (48)

            A Palavra é rica em demonstrar aspectos do poder de Deus em diversas facetas de nossa existência. Sem dúvida, uma das manifestações deste poder na vida do crente se concentra em nossa santificação.

            Deus não somente nos salva mediante a regeneração, fé e justificação, antes, opera poderosamente em nosso crescimento espiritual. O seu poder não é episódico, fragmentado e assistemático em nossa vida, mas, contínuo e eficaz. O mesmo Deus que nos elegeu na eternidade, também nos chamou no tempo para si a fim de vivermos santamente. Deus é o Senhor dos fins e dos meios. Senhor do tempo, das circunstâncias e da eternidade. A sua obra é sempre completa conforme a sua própria determinação e graça reveladas em Cristo.

            É confortador saber que o nosso Deus é Trino. Ele cuida de nós, nos instruindo, protegendo, disciplinando, educando, guiando, aconselhando e capacitando a fim de que juntos: O Pai, o Filho e o Espírito Santo concluam em nós a grande e majestosa obra da salvação planejada na eternidade e executada no tempo, na história, na nossa história de vida até a sua consumação final, quando seremos perfeitamente santos conforme o propósito final de Deus.[1]

            As Escrituras Sagradas nos ensinam que o Deus que nos chama à santidade está comprometido com a nossa santificação. A Santíssima Trindade opera eficazmente em nós para que sejamos santos. Por isso, fundamentados na Palavra de Deus, podemos dizer que o Deus Trino é o Autor de nossa santificação. Daí a oração de Paulo: “O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo”(1Ts 5.23).

            Creio também, que deve estar claro, que todos nós somos responsáveis por nossa santificação. Responsabilidade aqui não significa solidão ou isolamento, pelo contrário, aponta para o fato de que à luz do que Deus fez e faz, considerando os recursos que Ele nos concede, devemos estar comprometidos com o propósito de Deus em Cristo, de sermos santos, tendo a mente de Cristo.[2]

Maringá, 17 de maio de 2020.

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa

        




[1] “É uma grande bênção ter um Deus que não é uma Pessoa senão três. Constitui uma Trindade abundante. Porque não só um Pai que nos ama e cuida de nós, senão também um Cristo que trouxe salvação e intercede por nós e um Espírito Santo que mora dentro de nós e aplica a salvação à nossa vida” (Edwin H. Palmer, El Espiritu Santo,Edinburgh: El Estandarte de la Verdad, (s.d.), Edición revisada, p. 14).

[2]John Murray acentua: “A santificação envolve a concentração do pensamento, do interesse, do coração, mente, vontade e propósito, em direção à soberana vocação de Deus em Cristo Jesus e ao desempenho da totalidade de nosso ser no uso daqueles meios que Deus instituiu com o fim de atingir essa destinação” (J. Murray, Redenção: Consumada e Aplicada, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1993, p. 166).

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