A Pessoa e Obra do Espírito Santo (8)

4.2.3. Pronomes Pessoais são usados para se referir a Ele

Jesus Cristo se refere ao Espírito usando um pronome pessoal masculino, e)kei=noj, mesmo o substantivo grego Pneu+ma, sendo neutro. (Jo 14.17; 16.8,13,14).[1] O Espírito prometido é o “Santo Espírito da Promessa” (Ef 1.13,14).

4.2.4. O Espírito é chamado de Consolador

Da mesma forma que o designativo consolador (Para/klhtoj) é aplicado a Cristo, indicando a sua personalidade (Jo 14.16; 1Jo 2.1), o mesmo pode ser dito em relação à pessoa do Espírito Santo. No texto de Jo 14.16, Jesus Cristo conforta os seus discípulos, prometendo-lhes “outro Consolador”, referindo-se a uma pessoa numericamente distinta que viria substituir outra; um Consolador semelhante a Ele.[2] (Vejam-se também: Jo 14.26; 15.26; 16.7). Portanto, O Consolador é Jesus Cristo; o Espírito é outro, semelhante a Jesus Cristo, que veio substituí-lo neste propósito.

            O Consolador é aquele que conforta, exorta, guia, instrui e defende; é um amigo que assiste seus amigos;[3] essas atividades são próprias de uma pessoa não de uma mera força ou influência.

4.2.5. Atos pessoais são-Lhe atribuídos

1) Trabalha: “Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente” (1Co 12.11).

2) Intercede: 26Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.  27 E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos” (Rm 8.26-27).

3) Proíbe: “Defrontando Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu” (At 16.7).

4) Decide: Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas essenciais” (At 15.28).

5) Perscruta: Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus” (1Co 2.10).

6) Fala“E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado” (At 13.2). “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus” (Ap. 2.7).

7) Testifica: Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim” (Jo 15.26).  “Ora, nós somos testemunhas destes fatos, e bem assim o Espírito Santo, que Deus outorgou aos que lhe obedecem” (At 5.32). “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16).

8) Ensina: “E lhes concedeste o teu bom Espírito, para os ensinar; não lhes negaste para a boca o teu maná; e água lhes deste na sua sede” (Ne 9.20). “Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” (Jo 14.26). “Por isso, vos faço compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus afirma: Anátema, Jesus! Por outro lado, ninguém pode dizer: Senhor Jesus!, senão pelo Espírito Santo” (1Co 12.3).

9) Consola: “A igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judéia, Galiléia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor, e, no conforto do Espírito Santo, crescia em número” (At 9.31).

10) Reprova: 8 Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo:  9 do pecado, porque não creem em mim;  10 da justiça, porque vou para o Pai, e não me vereis mais;  11 do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado” (Jo 16.8-11).

11) Regenera: “Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus” (Jo 3.5).

Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo” (Tt 3.5).

12) Ora:  “Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis”  (Rm 8.26).

13) Guia à Verdade:  “Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir”  (Jo 16.13).

 14) Glorifica a Cristo: “Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar”  (Jo 16.14).

 15) Chama os homens ao trabalho, dirigindo-os nesta atividade:  “O Espírito do SENHOR Deus está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados” (Is 61.1).

        2 E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado.  3 Então, jejuando, e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram.  4 Enviados, pois, pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre” (At 13.2-4).

        6 E, percorrendo a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia,  7 defrontando Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu” (16.6-7). 

        “Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue” (At 20.28).

Maringá, 01 de outubro de 2020.

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa


[1] Veja-se, entre outros, Millard J. Erickson, Christian Theology, 13. ed. Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1996, p. 859-860.

[2] Veja-se: Richard C. Trench, Synonyms of the New Testament,7. ed. revised and enlarged, London: Macmillan and Co., 1871, § xcv, p. 337.

[3] Veja-se: William Barclay, El Nuevo Testamento Comentado, Buenos Aires: La Aurora, 1974, v. 15, (1Jo 2.1-2), p. 45-48; idem., Palavras Chaves do Novo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1988 (reimpressão), p. 153-158.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *