A Pessoa e Obra do Espírito Santo (9)

4.2.6. É relacionado com outras Pessoas

O Espírito é relacionado com seres pessoais, não sendo confundido com ninguém, nem com o Pai, nem com o Filho. “A própria associação do Espírito, em tal conexão, com o Pai e com o Filho, visto que se admite serem eles pessoas distintas, prova que o Espírito Santo é uma pessoa”, conclui Hodge (1797-1878).[1] (Mt 28.19;[2] Lc 1.35; Jo 14.26; 15.26; 16.7,13,14; At 15.28; 2Co 13.13;[3] Ef 1.3-14; 2.13-22; 2Ts 2.13,14; 1Pe 1.1-2; Jd 20-21).

 4.2.7. Em alguns textos o Espírito é distinto do seu poder

O Espírito não é confundido com o seu poder nem com o daqueles aos quais Ele capacita eficazmente. (Lc 1.35; 4.14; At 1.8; 2.4; 10.38;[4] Rm 15.13; 1Co 2.4; 12.4,8,11).

4.2.8. Blasfêmia Contra o Espírito:  

Independentemente da interpretação que dermos a este texto (Mt 12.31-32), o fato é que a blasfêmia é um pecado cometido contra uma pessoa. Aqui, o Espírito é relacionado com o Filho no mesmo nível de honra e glória, destacando-se ainda, como imperdoável a blasfêmia contra o Espírito.

            Conclui Boettner (1901-1990):

A linguagem aqui usada implica que é impossível cometer um pecado contra uma maior divindade que o Espírito Santo, e que, de todos os pecados, o pecado contra o Espírito Santo é o maior, tanto na sua natureza, como pelas suas consequências; tudo isso implica a sua dignidade e divindade eternas.[5]         

Maringá, 01 de outubro de 2020.

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa


[1] Charles Hodge, Teologia Sistemática,São Paulo: Hagnos Editora, 2001, p. 391.

[2]“Por meio do batismo, professamos reconhecer o Espírito como reconhecemos o Pai e o Filho, e nos unimos tanto a um quanto aos outros. Se quando o Apóstolo diz que os coríntios não foram batizados ei)j to\ o)/noma Pau=lou e quando ele diz que os hebreus foram batizados em nome de Moisés, sua intenção era mostrar que os coríntios não haviam sido feitos discípulos de Paulo, enquanto os hebreus o foram de Moisés; então, quando somos batizados em nome do Espírito, o significado é que no batismo professamos ser seus discípulos; comprometemo-nos em receber suas instruções e submeter-nos ao seu controle. Colocamo-nos na mesma relação com ele que temos com o Pai e com o Filho; reconhecendo-o como uma pessoa de maneira tão distinta quanto reconhecemos a pessoalidade do Filho, ou a do Pai” (Charles Hodge, Teologia Sistemática,São Paulo: Hagnos Editora, 2001, p. 391).

[3] “O Espírito Santo é colocado em igualdade absoluta com o Pai e com o Filho, como Deus, e é considerado, de maneira idêntica com Eles, como origem de todo o poder e de todas as bênçãos” (Loraine Boettner, Studies in Theology,9. ed. Philadelphia: The Presbyterian and Reformed Publishing Company, 1970, p. 87).

[4]“Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35).

“Então, Jesus, no poder do Espírito, regressou para a Galiléia, e a sua fama correu por toda a circunvizinhança” (Lc 4.14). “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” Mt 10.38). “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele” (At 10.38).

[5]Loraine Boettner, Studies in Theology,p. 88. Turretini (1623-1687) argumenta: “… Como a blasfêmia dirigida contra o Pai e o Filho supõe que Eles são pessoas, do mesmo modo a blasfêmia contra o Espírito Santo” (F. Turretin, Institutes of Elenctic Theology,v. 1, III.30.9. p. 305).(Em Português, (François Turretini, Compêndio de Teologia Apologética, São Paulo: Cultura Cristã, 2011, v.  1, p. 397).

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