Uma oração intercessória pela Igreja (23)

4.1.2.2. A sua Divindade demonstrada (Continuação)

          C. Obras Divinas

             A Palavra atribui a Jesus Cristo a realização de obras que são prerrogativas divinas:

             1) Autoridade para perdoar pecado

             “Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Filho, os teus pecados estão perdoados” (Mc 2.5).

            Na instituição da Ceia, o Senhor diz: “Porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados” (Mt 26.28).

            Pedro pregando na casa de Cornélio, declara: “Dele todos os profetas dão testemunho de que, por meio de seu nome, todo aquele que nele crê recebe remissão de pecados” (At 10.43).

                2) Poder sobre os demônios

              31Então, os demônios lhe rogavam: Se nos expeles, manda-nos para a manada de porcos. 32Pois ide, ordenou-lhes Jesus. E eles, saindo, passaram para os porcos; e eis que toda a manada se precipitou, despenhadeiro abaixo, para dentro do mar, e nas águas pereceram” (Mt 8.31-32).

             3) Poder sobre a natureza

            23Então, entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram. 24 E eis que sobreveio no mar uma grande tempestade, de sorte que o barco era varrido pelas ondas. Entretanto, Jesus dormia. 25 Mas os discípulos vieram acordá-lo, clamando: Senhor, salva-nos! Perecemos! 26 Perguntou-lhes, então, Jesus: Por que sois tímidos, homens de pequena fé? E, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar; e fez-se grande bonança. 27 E maravilharam-se os homens, dizendo: Quem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem?” (Mt 8.23-27).

               4) Ressurreição do seu povo

              “De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6.40).

               5) Juízo Final

           21Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. 22 Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? 23 Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade” (Mt 7.21-23).

37 Vós conheceis a palavra que se divulgou por toda a Judéia, tendo começado desde a Galileia, depois do batismo que João pregou, 38 como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele; 39 e nós somos testemunhas de tudo o que ele fez na terra dos judeus e em Jerusalém; ao qual também tiraram a vida, pendurando-o no madeiro. 40 A este ressuscitou Deus no terceiro dia e concedeu que fosse manifesto, 41 não a todo o povo, mas às testemunhas que foram anteriormente escolhidas por Deus, isto é, a nós que comemos e bebemos com ele, depois que ressurgiu dentre os mortos; 42 e nos mandou pregar ao povo e testificar que ele é quem foi constituído por Deus Juiz de vivos e de mortos (At 10.37-42).

            Outro fato que atesta a divindade de Cristo, é a adoração tributada a Ele, bem como as que lhe são dirigidas. Biblicamente somente Deus deve ser adorado e, o próprio Jesus, no seu confronto com satanás, cita o texto de Dt 6.13, dizendo: “Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele darás culto” (Mt 4.10). Entretanto, Ele aceita ser adorado e, o Novo Testamento ensina esta prática explicitamente. (Mt 14.33; 15.25; 28.9,17; 1Co 1.2; Fp 2.9-11).[1]

            Se formos sinceros em nossa investigação bíblica, não restam muitas alternativas para nós. Ou Jesus Cristo é de fato Deus conforme o seu próprio testemunho e, assim, podemos então considerá-lo de forma decorrente como um grande mestre, um bom homem, justo e misericordioso ou, senão, Ele é um farsante não merecendo a nossa fé nem mesmo o nosso respeito.

            Barth (1886-1968) coerentemente afirma que a Escritura não nos deixa vagueando em nossa fé, antes, quando nos fala de Deus, aponta para Jesus Cristo, em Quem nossa atenção e pensamentos devem se concentrar.[2]

            Stott (1921-2011) coloca a questão nestes termos: “Jesus deve ser adorado ou apenas admirado? Se Ele é Deus, é digno de nossa adoração, fé e obediência; se não é Deus, dedicar a ele essa devoção é idolatria”.[3]

São Paulo, 21 de abril de 2023.

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa


[1]“E os que estavam no barco o adoraram, dizendo: Verdadeiramente és Filho de Deus!” (Mt 14.33). “Ela, porém, veio e o adorou, dizendo: Senhor, socorre-me!” (Mt 15.25). 9 E eis que Jesus veio ao encontro delas e disse: Salve! E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés e o adoraram. (…) 17 E, quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram” (Mt 28.9,17). “À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso” (1Co 1.2). 9 Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, 10 para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, 11e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2.9-11). Compare com: Lc 4.8; At 10.25,26; Ap 19.10; 22.8,9. Vejam-se também outros textos: Lc 24.52; Jo 5.22,23; 20.28; At 7.59,60; Hb 1.6; Ap 5.11,14.

[2]Karl Barth, Church Dogmatics, Peabody, Massachusetts: Hendrickson Publishers, 2010, II/2, p. 52-53.

[3]Timothy Dudley, Cristianismo autêntico: 968 textos selecionados das obras de John Stott, São Paulo: Editora Vida, 2006, p. 44. Lewis (1898-1963)  escreveu de forma contundente: “Um homem que fosse só homem, e dissesse as coisas que Jesus disse, não seria um grande mestre de moral: seria ou um lunático, em pé de igualdade com quem diz ser um ovo cozido, ou então seria o Demônio. Cada um de nós tem que optar por uma das alternativas possíveis. Ou este homem era, e é, Filho de Deus, ou então foi um louco, ou cuspir nele e matá-lo como um demônio; ou podemos cair a seus pés e chamá-lo de Senhor e Deus. Mas não venhamos com nenhuma bobagem paternalista sobre ser Ele um grande mestre humano. Ele não nos deu esta escolha. Nem nunca pretendeu” (C.S. Lewis, A essência do Cristianismo, São Paulo: ABU Editora, 1979, p. 29. Do mesmo modo: C.S. Lewis, O problema do sofrimento, 2. ed. São Paulo: Mundo Cristão, 1986, p. 16-17). Boice com maestria analisa as opções fornecidas por Lewis. Veja-se: James M. Boice, Fundamentos da Fé Cristã, Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2011, p. 238-240. John Piper faz algo semelhante, com uma aproximação diferente. (Veja-se: John Piper, Um homem chamado Jesus Cristo, São Paulo: Vida, 2005, p. 11-12). Do mesmo modo, Josh McDowell, Mais que um carpinteiro, Venda Nova, MG.: Editora Betânia, 1989,p. 26-35.

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