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A Pessoa e Obra do Espírito Santo (502) - Hermisten Maia

A Pessoa e Obra do Espírito Santo (502)

3) ORANDO

         A Oração que Jesus ensinou aos Seus discípulos, consiste, entre outras coisas, numa manifestação sincera do desejo de que Ele venha (Mt 6.10/Ap 22.17,20)

            Conforme já estudamos, quando oramos pela vinda do Reino, estamos comprometidos com o desejo de que o Reino de Deus se estabeleça no coração de todos os eleitos (Compromisso Missionário); que o Reino de Deus seja o reinado do Senhor em nossos corações (Compromisso de santificação); que o Senhor estabeleça o seu Reino completa e definitivamente (Regresso triunfante do Rei).

4) EVANGELIZANDO

Conforme já definimos, a evangelização é a proclamação essencial da Igreja de Cristo, que consiste no anúncio de Suas perfeições e de sua obra salvífica, conforme ensinadas nas Sagradas Escrituras, reivindicando pelo Espírito, que os homens se arrependam de seus pecados e creiam salvadoramente em Cristo.

            Evangelizar significa confrontar os homens com as reivindicações de Cristo, decorrentes do caráter de Deus.

            Deste modo, a Evangelização deve ser definida dentro de uma perspectiva da sua mensagem, não do seu resultado. Nem toda proclamação que “surte efeito” é evangelização e, nem toda a pregação que “não alcança os resultados esperados”, deixou de ser evangelização.[1] Esta visão pragmática não pode ser aplicada à evangelização, sem que percamos de vista o seu significado fundamental.

Há sempre o perigo de forjarmos resultados partindo de métodos estranhos à Palavra. Por exemplo: em busca de uma maior vivacidade espiritual de nossos ouvintes, podemos criar um ambiente artificial de alegria e comunhão, tendo o pressuposto ilusório de que todas as pessoas demonstrassem o seu contentamento, edificação e crescimento do mesmo modo.

Da mesma forma, podemos querer pregar de forma “diferente” para atrair, contagiar e, até mesmo, converter pecadores endurecidos. Quando assim fazemos, estamos, sem nos darmos conta, passando a confiar em nossos métodos, e não mais no Evangelho como o Poder de Deus para a transformação (Rm 1.16). Insisto: a proclamação cristã deve ser avaliada primeiramente pelo seu conteúdo, não simplesmente pelo seu aparente resultado.

            A Igreja evangeliza porque ela anseia pelo regresso triunfante de Cristo. Desta forma, a evangelização tem em seu conteúdo uma conotação escatológica.

            Como temos visto, Pedro nos diz:“Esperando e apressando a vinda do dia de Deus, por causa do qual os céus incendiados serão desfeitos e os elementos abrasados se derreterão” (2Pe 3.12).

            Compete à Igreja atuar dentro da sua esfera de ação, com vista à concretização do programa da volta de Cristo. Neste sentido, a evangelização faz parte desse cronograma. A expansão missionária, além da obediência à ordem de Cristo, deve refletir em cada coração, o desejo de que Cristo venha. Evangelizar é uma das formas práticas de dizer:“Venha o Teu Reino”. (Vejam-se: Mt 28.19/Mt 24.14). E a concretização da “Grande Comissão” ocorre dentro da esfera do poder do Espírito.

            Hoekema, observou que: “O período entre a primeira e a segunda vinda de Cristo é a era missionária por excelência. Este é o tempo da graça, um tempo em que Deus convida e insta com todos os homens para serem salvos”.[2]

Maringá, 14 de junho de 2022.

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa



[1]Vejam-se: J.I. Packer, Evangelização e Soberania de Deus,2. ed. São Paulo: Vida Nova, 1990, p. 22ss.; 29ss.; John R.W. Stott, A Base Bíblica da Evangelização: In: A Missão da Igreja no Mundo de Hoje, São Paulo; Belo Horizonte, MG.: ABU; Visão Mundial, 1982, p. 39-40.

[2]A.A. Hoekema, A Bíblia e o Futuro, p. 187.

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