A riqueza da fecunda graça de Deus e a frutuosidade de uma fé obediente e perseverante (13)

4. Evidências da fé salvadora

As características se constituem, de certa forma, em evidências e, de igual modo, algumas evidências caracterizam a fé salvadora. Entretanto, fizemos tais divisões com o objetivo de apresentar uma visão mais didática e, assim, termos uma compreensão mais abrangente e prática desta doutrina. Prossigamos.

 

4.1. O desejo de ser batizado

 

Um homem desprovido de fé salvadora pode até desejar ser batizado; isto é admissível, especialmente no caso da fé temporal, agindo sob forte emoção ou uma convicção passageira.

O que não é concebível é um crente, salvo pela graça de Deus, não desejar receber este sinal externo que evidencia a sua filiação divina. Desejar o sinal pelo sinal, sem dúvida é tolice. O sinal nada acrescenta à coisa ou a produz.[1] No entanto, o batismo é uma sequência natural da fé salvadora, uma indicação de que fomos regenerados, perdoados, nos tornamos filhos de Deus por meio de Cristo, nosso irmão mais velho. Portanto, não desejar receber o batismo que aponta para nossa genuína fé produzida por Deus e para os altíssimos e gloriosos privilégios envolvidos, seria algo totalmente estranho. (Mc 16.16; At 8.37,38; 16.30-33; 18.8).[2]

 

4.2. Fraternidade

 

A fé salvadora é demonstrada na vida diária da Igreja. Isso não é algo imposto, antes, torna-se natural pela compreensão da graça de Deus na vida de todos. A fraternidade cristã é resultado da obra de Cristo.[3] Quando Deus nos regenerou, fomos incorporados à igreja, à comunidade de pecadores regenerados que envolvem um reino espiritual, que é o corpo glorioso de Cristo.[4] (At 2.44; 4.32).

 

4.3. Viva esperança em Deus

 

A fé é demonstrada na nossa atitude de esperança depositada em Deus e nas Suas promessas. A esperança sem o conhecimento de Cristo e de Suas promessas, é apenas uma utopia humana. Jesus Cristo é o Senhor e o alvo da nossa esperança que procede da fé. (Rm 4.18; 6.8; 1Co 15.19; 2Tm 1.12; 4.7; Hb 11.1). “A esperança não é mais do que o alimento e a força da fé”.[5]

 

São Paulo, 26 de fevereiro de 2019.

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa

 

Este post faz parte de uma série. Acesse aqui a série completa

 


 

[1]“O sinal visível e material é tão-somente uma representação de coisas mais altas e mais excelentes, para cujo conhecimento é preciso recorrer à Palavra de Deus, na qual está toda a virtude e eficácia do sinal” (João Calvino, As Institutas da Religião Cristã: edição especial com notas para estudo e pesquisa, São Paulo: Cultura Cristã, 2006, v. 3, (III.11), p. 173).

[2] “É o Espírito de Deus quem nos regenera e nos transforma em novas criaturas, visto, porém, que sua graça é invisível e oculta, no batismo nos é dado um símbolo visível dela” (João Calvino, As Pastorais, São Paulo: Paracletos, 1998, (Tt 3.5), p. 350-351).

[3]Veja-se: Dietrich Bonhoeffer, Vida em Comunhão, São Leopoldo, RS.: Sinodal, 1982, p. 12.

[4]Veja-se: Herrman Bavinck, Teologia Sistemática, Santa Bárbara D’Oeste, SP.: SOCEP., 2001, p. 564.

[5] J. Calvino, As Institutas, III.2.43

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