A Pessoa e Obra do Espírito Santo (119)

6.2.7. Na sua ressurreição (Continuação)

Na ressurreição temos a validação da integridade e eficácia do ministério terreno de Cristo[1] e a declaração do perdão para todos os que creem em Cristo como seu Salvador.[2]

Bavinck enfatiza que “a ressurreição é a inversão divina da sentença que o mundo impôs a Jesus”.[3] Nela temos a manifestação pública de sua filiação divina e da aprovação de seu ministério.[4]

Na ressurreição a sua glória se tornou publicamente manifesta. “A ressurreição é o ponto que marca o começo de uma nova época na existência do Filho de Deus. Sendo antes Filho de Deus em debilidade e humilhação, pela ressurreição torna-se o Filho de Deus em poder”, rejubila-se Nygren (1890-1978).[5]

    O Pai glorificou o Filho na ressurreição: “Assim, também Cristo a si mesmo não se glorificou para se tornar sumo sacerdote, mas o glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (Hb 5.5).

    A ressurreição de Cristo é o coroamento do seu Ministério terreno. Ela é repleta de significado para o Ministério de Cristo e, consequentemente para a vida da Igreja, que é o seu Corpo.

    Sem a ressurreição, a obra de Cristo seria nula, a Igreja não existiria, não haveria salvação, estaríamos todos perdidos para sempre! “Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos”(1Co 15.20), é o brado de Paulo. E a Igreja exultante canta: Amém!

    O Novo Testamento declara que a ressurreição de Cristo foi pelo poder do Trino Deus. Esta afirmação ora se refere simplesmente a Deus – denotando assim, o trabalho da Trindade –, ora se refere às pessoas distintamente. A ênfase, sem dúvida, é evidenciar a unidade da Trindade no mesmo propósito glorioso e salvador. O propósito eterno e harmonioso de Deus envolve a ação trinitária.

Maringá, 23 de fevereiro de 2021.

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa


[1]Veja-se: Alister E. McGrath, Paixão pela Verdade: a coerência intelectual do Evangelicalismo, São Paulo: Shedd Publicações, 2007, p. 25.

[2]“A ressurreição de Cristo tinha como seu propósito trazer à luz o fato de que todos os que reconhecem a Jesus como seu Senhor e Salvador têm entrado num estado de justiça aos olhos de Deus. O Pai, ao ressuscitar a Jesus dentre os mortos, nos assegura que o sacrifício expiatório foi aceito; daí, nossos pecados são perdoados” (William Hendriksen, Romanos, São Paulo: Cultura Cristã, 2001, (Rm 4.23-25), p. 214).

[3]Herman Bavinck, Teologia Sistemática,Santa Bárbara d’Oeste, SP.: SOCEP., 2001, p. 405.

[4] Veja-se: João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Paracletos, 1999, v. 1, (Sl 2.7), p. 68-69. “Gerar [Sl 2.7], aqui, tem referência àquilo que foi feito conhecido. (…) Cristo foi declarado Filho de Deus pelo exercício público de um poder verdadeiramente celestial, ou, seja, o poder do Espírito, quando Ele ressuscitou dos mortos” (João Calvino, Romanos, 2. ed. São Paulo: Parakletos, 2001, (Rm 1.4), p. 39,40).

[5]Anders Nygren, Commentary on Romans, 5. ed. Philadelphia: Fortress Press, 1980, p. 51. “Por meio de sua gloriosa ressurreição, sua investidura com poder não só foi realçada, mas também começou a resplandecer em toda sua glória” (William Hendriksen, Romanos, São Paulo: Cultura Cristã, 2001, (Rm 1.4), p. 58-59).

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