Uma oração intercessória pela Igreja (33)

3) É o Senhor Eterno

            O Deus Todo-Poderoso não tem mandato em seu governo. Ele é o Senhor Criador e preservador de todas as coisas. Na época de eleições os governantes correm para realizarem obras que lhes rendam votos e contratos negociáveis em causa própria. Os gastos em propaganda aumentam grandemente. A oposição conivente torna-se concorrente e, tudo isso indica, entre outras coisas mais graves, a constatação de que podemos “estar poderosos” durante determinado período, porém, isso passa. E mais: ainda que conseguíssemos nos perpetuar no poder, a nossa longevidade tem limites. Como escreveu o salmista:

2 Louvarei ao SENHOR durante a minha vida; cantarei louvores ao meu Deus, enquanto eu viver. 3 Não confieis em príncipes, nem nos filhos dos homens, em quem não há salvação. 4 Sai-lhes o espírito, e eles tornam ao pó; nesse mesmo dia, perecem todos os seus desígnios. 5 Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, cuja esperança está no SENHOR, seu Deus, 6 que fez os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e mantém para sempre a sua fidelidade. (Sl 146.2-6).

            Pedro escrevendo a irmãos que estavam sendo assolados por heresias que visavam, em última instância, negar o senhorio de Cristo (2Pe 2.1), os estimula a amadurecer em sua fé valendo-se dos recursos que Deus tem proporcionado à igreja para a sua plena maturidade. Conclui, então: “Pois desta maneira é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor (ku/rioj) e Salvador Jesus Cristo” (2Pe 1.11).

            É justamente por isso que a Palavra do Senhor permanece eternamente. Pedro encoraja as igrejas perseguidas. Prosseguindo em seu argumento demonstra que esta Palavra é que lhes fora anunciada. Não há outra palavra: 24 Pois toda carne é como a erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e cai a sua flor; 25 a palavra do Senhor (ku/rioj), porém, permanece eternamente. Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada” (1Pe 1.24,25).

            O Senhor é rei.  Seu reinado não tem mandato ou prazo de validade nem limites geográficos. O nosso pastor é o Senhor que reina eternamente. O seu reinado não se desgasta nem se deteriora. Continua perfeito como Deus o é. A eternidade do reino reflete a glória e o poder eternos do Rei.

            Nessa certeza, os salmistas exultam:

O SENHOR permanece no seu trono eternamente, trono que erigiu para julgar. (Sl 9.7).

O SENHOR é rei eterno. (Sl 10.16).

Reina o SENHOR. (…) Desde a antiguidade, está firme o teu trono; tu és desde a eternidade. (Sl 93.1-2).

Tu, porém, SENHOR, permaneces para sempre, e a memória do teu nome, de geração em geração. (Sl 102.12).

O SENHOR reina para sempre; o teu Deus, ó Sião, reina de geração em geração. Aleluia! (Sl 146.10).

            A Lei do Senhor eterno não tem prazo ou lugar restrito de vigência. O que Pedro anunciou com fidelidade é a Palavra do Senhor, a mesma que ele repete agora. Esta palavra permanece para sempre. Ela é a “palavra do Senhor”, o Senhor eterno.

Jesus Cristo é o Senhor. Senhor do tempo e da eternidade, quer aqui, quer no céu; quer na vida, quer na morte. O seu reinado permanece. Não há esfera ou dimensão da existência que lhe seja estranha:

8 Porque, se vivemos, para o Senhor (ku/rioj) vivemos; se morremos, para o Senhor (ku/rioj) morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor (ku/rioj). 9 Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressurgiu: para ser Senhor (kurieu/w) tanto de mortos como de vivos. (Rm 14.8-9).

                     4) É Senhor sobre todas as coisas

                       Jesus Cristo governa todas as coisas, conhecidas e ignoradas, visíveis e invisíveis. O seu domínio não está limitado à nossa compreensão e abrangências do real: “E pôs todas as coisas debaixo dos pés” (Ef 1.22).

            Deste modo, o universo, as incontáveis galáxias, a história, os governantes, os pássaros e os fios de cabelo que caem, aquilo que ocupa a sua mente neste momento e inquieta o seu coração, nada escapa ao seu poder e controle. Nada lhe é indiferente. Nada lhe é estranho.

            A abrangência de seu domínio, não exclui a particularidade de seu poder e controle. Ele é Senhor do universo, e cuida, particularmente de sua igreja.

            Pedro quando anuncia o Evangelho na casa de Cornélio, declara:            

“Esta é a palavra que Deus enviou aos filhos de Israel, anunciando-lhes o evangelho da paz, por meio de Jesus Cristo. Este é o Senhor (ku/rioj) de todos” (At 10.36).

Paulo, quando prega no areópago ateniense, proclama o senhorio e autonomia de Deus: “O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor (ku/rioj) do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas” (At 17.24).

            Posteriormente, escrevendo aos Romanos, os instrui: “Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor (ku/rioj) de todos, rico para com todos os que o invocam” (Rm 10.12).

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa

São Paulo, 29 de abril de 2023.

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