Uma oração intercessória pela Igreja (25)

4.1.3.1. A Sua Humanidade foi reconhecida

            Ele teve uma vida normal revelada em todas as ocasiões, não apenas circunstancialmente.

          A. Ele chamou-se homem e, assim também foi chamado

            “Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4.4).

            “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1Tm 2.5).

         B. Ele veio em carne

            “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (Jo 1.14).

            “Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus” (1Jo 4.2).

         4.1.3.2. A Sua Humanidade demonstrada

            A. Ele é contado genealogicamente como homem

            1Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. (…) 16 E Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo. 17 De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze; desde Davi até ao exílio na Babilônia, catorze; e desde o exílio na Babilônia até Cristo, catorze” (Mt 1.1,16,17).

              B. Nascido de mulher

                “Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo” (Mt 1.18).

                Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl 4.4).

            C. Esteve sujeito às leis ordinárias na natureza humana

               1) Nascimento e crescimento

              “Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, em dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém” (Mt 2.1).

4 José também subiu da Galileia, da cidade de Nazaré, para a Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi, 5 a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. 6 Estando eles ali, aconteceu completarem-se-lhe os dias, 7 e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria. 8 Havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite. 9 E um anjo do Senhor desceu aonde eles estavam, e a glória do Senhor brilhou ao redor deles; e ficaram tomados de grande temor. 10 O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: 11 é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor. 12 E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura (…) 40 Crescia o menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele. 41 Ora, anualmente iam seus pais a Jerusalém, para a Festa da Páscoa. 42 Quando ele atingiu os doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume da festa. (…) 52 E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens. (Lc 2.4-12; 40,41; 52).

            Jesus nasceu como uma criança normal – após cumprirem-se os dias –; não sabendo falar, nem andar. Desenvolveu-se como uma criança comum, tendo que ser trocado, dado banho, amamentado, cuidado, conduzido, tomado nos braços, enfim passou por todas as experiências possíveis a uma criança normal (Veja-se: Lc 2.5-7,22,27,28).[1] Tendo também que ser educado pelos pais.

             2) Obediência[2]

            “E desceu com eles para Nazaré; e era-lhes submisso. Sua mãe, porém, guardava todas estas coisas no coração” (Lc 2.51).

            Considerando esta passagem, Ware comenta:

É realmente admirável que este Jesus, que entendia claramente sua identidade como o Filho do Pai celestial, escolheu colocar-se sob a autoridade de seus pais humanos. Sua submissão a eles indica seu compromisso de seguir a lei do Senhor, que ordenava aos filhos serem obedientes a seus pais, honrar pai e mãe. Embora ele fosse Deus em carne humana, e embora o Espírito de Deus nele o capacitara a entender sua identidade como o tão esperado Messias de Israel, Jesus se manteve em submissão a seus pais humanos.[3]

            Em Hebreus lemos: “Embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu” (Hb 5.8).

            O aprendizado de Cristo não consistiu em uma passagem da desobediência à obediência; antes, significa que Jesus Cristo – como perfeitamente homem e perfeitamente Deus – conforme crescia, amadurecia, tomando sobre si maiores responsabilidades, desenvolvendo a sua natureza humana, como vimos, sendo carregado no colo, aprendendo a andar, passando pela adolescência e chegando à plena maturidade.[4]

            Grudem comenta com pertinência:

Quanto mais velho ficava, tanto mais seus pais podiam exigir dele obediência, e tanto mais seu Pai celestial podia-lhe atribuir tarefas na força de sua natureza humana. Com cada tarefa cada vez mais difícil, mesmo quando implicava algum sofrimento (como especifica Hb 5.8), aumentava a habilidade moral de Jesus, sua capacidade de obedecer sob circunstâncias cada vez mais difíceis. Podemos dizer que essa ‘espinha moral’ foi fortalecida por exercícios cada vez mais difíceis. Mas em tudo isso ele jamais pecou.[5]          

            A obediência de Cristo foi em favor do seu povo. Ele viveu em constante harmonia com a vontade do Pai. O preço da obediência era o sofrimento. Assim, Ele foi batizado, submeteu-se às leis do povo, foi ultrajado, torturado, contado entre os transgressores, morto e sepultado.[6]

            O próprio Jesus diz: “A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra”(Jo 4.34). O seu alimento e alegria consistiram em realizar a obra do Pai (Is 50.4-7; 53.4-7).[7]

               3) Morte

             “E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito” (Mt 27.50).

            3Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, 4 e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1Co 15.3-4).

São Paulo, 21 de abril de 2023.

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa


[1]5 a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. 6 Estando eles ali, aconteceu completarem-se-lhe os dias, 7 e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria. (…) 22 Passados os dias da purificação deles segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor (…).27 Movido pelo Espírito, foi ao templo; e, quando os pais trouxeram o menino Jesus para fazerem com ele o que a Lei ordenava, 28 Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus….” (Lc 2.5-7,27,28).

[2]Sobre este assunto em particular, veja-se: Bruce Ware, Cristo Jesus homem: Reflexões teológicas sobre a humanidade de Jesus Cristo, São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2013, p. 91-112.

[3]Bruce Ware, Cristo Jesus homem: Reflexões teológicas sobre a humanidade de Jesus Cristo, São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2013, p. 86.

[4] Vejam-se: Abraham Kuyper, A Obra do Espírito Santo, São Paulo: Cultura Cristã, 2010, p. 126-129; Sinclair B. Ferguson, O Espírito Santo, São Paulo: Os Puritanos, 2000, p. 54-55.

[5]Wayne A. Grudem, Teologia Sistemática, São Paulo: Vida Nova, 1999, p. 439. “Porque ele obedecia perfeitamente ao Pai, inclusive em tempos de oposição, agonia, aflição e sofrimento, esta obediência perfeita resultou, de fato, no crescimento mais profundo e radical em sua vida espiritual – um crescimento de fé muito maior do que alguém já experimentou” (Bruce Ware, Cristo Jesus homem: Reflexões teológicas sobre a humanidade de Jesus Cristo, São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2013, p. 92). “Ele teve de passar pelas aflições, provas, sofrimento e tribulações que o Pai designara para ele, a fim de fortalecê-lo e prepará-lo para a maior prova imaginável de sua fé – aceitar a vontade do Pai em ir à cruz” (Bruce Ware, Cristo Jesus homem: Reflexões teológicas sobre a humanidade de Jesus Cristo, São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2013, p. 107).

[6] Veja-se: Abraham Kuyper, A Obra do Espírito Santo, São Paulo: Cultura Cristã, 2010, p. 135-139.

[7]4 O SENHOR Deus me deu língua de eruditos, para que eu saiba dizer boa palavra ao cansado. Ele me desperta todas as manhãs, desperta-me o ouvido para que eu ouça como os eruditos. 5 O SENHOR Deus me abriu os ouvidos, e eu não fui rebelde, não me retraí. 6Ofereci as costas aos que me feriam e as faces, aos que me arrancavam os cabelos; não escondi o rosto aos que me afrontavam e me cuspiam. 7 Porque o SENHOR Deus me ajudou, pelo que não me senti envergonhado; por isso, fiz o meu rosto como um seixo e sei que não serei envergonhado” (Is 50.4-7). “4Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. 5Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. 6 Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos. 7Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca” (Is 53.4-7).

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