Os eleitos de Deus e o seu caminhar no tempo e no teatro de Deus (2)

2. A secreta eleição divina: Crer e confessar com gratidão

 

Ora, ninguém houve nunca, tão insano de mente, a ponto de dizer que os méritos, quanto ao ato do Predestinador, fossem a causa da divina predestinação. – Tomás de Aquino (1225-1274).[1]

 

Duas coisas obrigam à pregação da predestinação. A primeira é a humilhação do nosso orgulho e o reconhecimento da graça de Deus; e a segunda é a natureza da fé Cristã em si mesma. – Martinho Lutero (1483-1546).[2]

 

Pois a Escritura é a escola do Espírito Santo, na qual não se deixa de pôr coisa alguma necessária e útil de se conhecer, nem tampouco se ensina nada mais além do que se precisa saber.

Portanto, tudo quanto na Escritura se dá a conhecer acerca da predestinação, é preciso cuidar para que disso não privemos os fiéis, a fim de que não pareçamos ou maldosamente defraudá-los da benevolência de seu Deus, ou acusar e escarnecer o Espírito por haver divulgado essas coisas que seria proveitoso fossem suprimidas e mantidas em segredo. Insisto que devemos permitir ao homem cristão abrir a mente e os ouvidos a todas as palavras de Deus que lhe são dirigidas, desde que se faça com esta moderação: que assim que o Senhor haja fechado sua santa boca, também fecha ele atrás de si o caminho à especulação. Aqui está o melhor limite da sobriedade: que ao aprendermos sigamos a Deus, deixando que ele fale primeiro; e se o Senhor deixa de falar, tampouco nós queiramos saber mais, nem avançar mais um passo. – João Calvino (1509-1564).[3]

 

O trabalho do teólogo não é revelar mistérios ou, esclarecer o não-revelado. Não somos videntes nem intérpretes juramentados de Deus.

Aprendi a não gostar de pensar sozinho e, ao mesmo tempo, se estiver convencido de algo, a não temer pensar sozinho. O amar pensar solitariamente pode nos conduzir a esquisitices teológicas arrogantes e presunçosas que em nada edificam. Por outro, temer pensar sozinho pode obstruir o caminho de uma compreensão mais ampla da Palavra e, consequentemente, de nos edificar com isso bem como a Igreja de Deus.

A teologia é sempre descritiva das Escrituras, esforçando-se por relacionar as partes com o todo a fim de alcançar, por graça, um conhecimento mais completo e exaustivo do que Deus nos confiou em Sua Palavra.

 

O apóstolo Paulo diante dos presbíteros de Éfeso, quando se despede em caráter definitivo, traz à lembrança de seus ouvintes um dos aspectos fundamentais de seu ministério: “Jamais deixei de vos anunciar todo o desígnio de Deus” (At 20.27). Este foi o seu ministério durante os três anos nos quais ali passou. (At 20.27,31).

 

Ele não se deteve em sabedoria humana, em debates frívolos ou em exibicionismo de saber, antes, anunciou o Evangelho da graça de Deus (At 20.24).

 

Em outro lugar, o apóstolo diz: “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, (didaskali/a = “instrução”) para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2Tm 3.16). Entre outras coisas, isto significa que o nosso pensar teológico deverá estar sempre conectado com a fidelidade à Escritura e com o ensino da Palavra. Este aspecto realça a nossa responsabilidade como intérpretes, mestres e expositores da Palavra.

 

Por outro lado, há aqui um grande conforto, do qual nem sempre temos nos dado conta: não precisamos – nem nos foi requerido –, “desculpar” ou “justificar” Deus e a Sua Palavra.[4] Não há o que selecionar ou cortar: “Toda Escritura é (…) útil o para ensino”.

 

Algumas vezes, tenho a impressão de que diante de “questões embaraçosas” tais como:  a “condenação de todos os homens inocentes que morrerem sem conhecer a Cristo”, a “eleição de uns para a salvação em detrimento de outros”, “o quase silêncio dos evangelhos sobre os trinta primeiros anos de Cristo”, e semelhantes, ficamos como que procurando uma justificativa para o Soberano agir desta ou daquela forma, buscamos uma maneira de tornar Deus apetecível à mente e aos valores modernos e “pós-modernos”.

 

O fato bíblico é que diante do mistério não há lugar para especulação,[5] antes devemos estar comprometidos com o que Deus nos deu a conhecer na Palavra. Como cristãos, devemos aprender, se ainda não o fizemos, a nos calar diante do silêncio de Deus, sabendo que o som da nossa voz petulante e “lógica”[6] – em tais circunstâncias –, por si só seria uma “heresia”.[7]

 

Diante da vontade de Deus – que é a causa final de todos os Seus atos –, temos que manter um reverente silêncio, reconhecendo que Ele assim age, porque foi do Seu agrado; conforme o Seu santo, sábio e bondoso querer: Isto nos basta! (Sl 115.3; 135.6; Dn 4.35; Ef 1.11). O que nos compete é procurar entender, por meio do estudo e da oração, o que Deus quer nos ensinar em “toda a Escritura” e em cada parte da Escritura.[8]

 

A doutrina da eleição deve ser estudada não com espírito armado e defensivo, mas em oração, com o desejo sincero de aprender de Deus a Sua Palavra, certos de que por meio deste aprendizado, poderemos usufruir de modo consciente as bênçãos que Ele reservou para o Seu povo.[9]

 

Calvino se constitui em um bom exemplo dessa seriedade pessoal e pastoral. Em 1551, escreveu em resposta a uma carta de Laelius Socino (1525-1562),[10] onde ele fazia várias especulações. À certa altura diz:

 

Certamente, ninguém pode ser mais adverso ao paradoxo do que eu, e não tenho nenhum deleite em sutilezas. No entanto, nada jamais me impedirá de confessar abertamente aquilo que tenho aprendido da Palavra de Deus, pois nada, senão o que é útil, é ensinado na escola desse mestre. Ela é meu único guia, e aquiescer às suas doutrinas manifestas será a minha constante regra de sabedoria. (…) Se você tem prazer em flutuar em meio a essas especulações etéreas, permita-me, peço-lhe eu, humilde discípulo de Cristo, meditar naquilo que conduz à edificação da minha fé.[11]

 

Lembremo-nos de que Deus não precisa ser justificado, explicado ou racionalizado. Ele ultrapassa em muito a nossa capacidade de percepção (Jó 11.7; Is 40.18, 28; 45.15; Rm 11.33-36):[12] um Deus plenamente explicado, seria um “deus” humanizado, à altura da nossa “razão” e preso à cosmovisão contemporânea com seus valores, ênfases, perspectivas e limitações próprias. Em cada época este “deus” seria compreendido de uma forma, de acordo com a percepção e valores hodiernos.[13] Neste caso, a Teologia se transformaria em antropologia.[14]

 

A teologia deverá estar sempre comprometida com o conhecimento de Deus e com a promoção deste conhecimento por meio da Palavra, mediante a iluminação do Espírito. É o Espírito Quem nos conduz à Palavra e Ele mesmo nos dá a conhecer a Cristo nas Escrituras.[15] Aliás, Jesus Cristo é o cerne de toda a Escritura, devendo ser o foco de toda pregação genuinamente bíblica. A pregação que falha na exaltação de Cristo, certamente fugiu totalmente ao objetivo de genuína pregação.[16]

 

A Teologia não tem nem pode ter esta pretensão – de justificar Deus – ela apenas o descreve conforme ele se revelou em atos e palavras nas Escrituras, buscando permanentemente a sua iluminação para a compreensão da sua Palavra.[17]

 

Berkhof (1873-1957) escreve com precisão:

 

A teologia reformada sustenta que Deus pode ser conhecido, mas que ao homem é impossível ter um exaustivo e perfeito conhecimento de Deus (…). Ter esse conhecimento de Deus seria equivalente a compreendê-lo, e isto está completamente fora de questão: ‘Finitum non possit capere infinitum’.[18]

 

Portanto, a limitação de nosso conhecimento não se deve somente ao nosso pecado, mas, também, à nossa condição de criatura. Devemos nos lembrar, conforme enfatizou Frame: “Ser criatura é ser limitado no pensamento e no conhecimento, como em todos os outros aspectos da vida”.[19]

 

Após falar da soberania de Deus na Criação e na eleição, Isaías exclama: “Verdadeiramente tu és Deus misterioso…” (Is 45.15). Em outro lugar: “Não se pode esquadrinhar o seu entendimento” (Is 40.28; 55.9; Pv 25.2; Rm 11.33). Nós aceitamos o mistério.

 

A doutrina da eleição é uma das mais conhecidas nos círculos reformados e, paradoxalmente é uma das menos sabidas. Esta aparente contradição se deve ao fato de que praticamente todos os presbiterianos sabem que existe esta doutrina e, ao mesmo tempo, poucos conhecem mais especificamente o seu significado.  A partir daí, alguns querem transformá-la no cerne da revelação bíblica – partindo deste ponto, sem dúvida fundamental, para querelas infindáveis e pouco ou nada edificantes[20] –, outros, no extremo oposto, procuram ignorá-la como que sendo “condescendente com Deus” por Ele ter deixado “escapar” em Sua revelação este assunto, esquecendo-se deliberadamente, “que o Espírito não nos ensinou nada senão o que visa ao nosso interesse saber”.[21]

 

Agindo de um ou de outro modo, deixamos de usufruir os “dulcíssimos frutos”[22] guardados por Deus para nós por meio do estudo humilde e reverente deste assunto tão precioso. Por isso, deixar de meditar e ensinar esta doutrina é um agravo ao homem e a Deus.[23] Não podemos deixar de lado o que Deus nos concedeu para o nosso bem: “Nenhuma doutrina é mais útil e proveitosa quando utilizada de forma adequada e sóbria, ou seja, como Paulo faz aqui, ao apresentar a consideração da infinita munificência de Deus e estimular-nos a render graças. Essa é a legítima fonte da qual devemos extrair nosso conhecimento da misericórdia divina”.[24]

 

O fato é que esta doutrina é amplamente ensinada nas Escrituras, fazendo parte dos ensinamentos de Jesus (Mt 11.20,25; 13.11; 25.34; Lc 10.20; 12.32; Jo 8.47; 10.25-29; 15.16) e dos apóstolos (Rm 8.29; 9.1-33; Ef. 1.4,5; 1Ts 5.9; 2Ts 2.13; 2Tm 1.9; Tt 1.1; 1Pe 1.2). Portanto, ela não pode ser simplesmente ignorada,[25] sem que com isso cometamos uma tremenda injustiça para com Deus, que nos revelou esta verdade, e para com a Sua Igreja, a quem Deus dirigiu a Sua revelação.[26]

 

São Paulo, 29 de março de 2019.

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa

 

Leia esta série completa aqui.

 


 

[1]Tomás de Aquino, Suma Teológica, 2. ed. Porto Alegre, RS.; Caxias do Sul, RS.: Escola Superior de Teologia São Lourenço de Brindes; Livraria Sulina Editora; Universidade de Caxias do Sul, 1980, v. 1,  I, Q. 23, Art. 5, p. 236.

[2] Martin Luther, De Servo Arbitrio. In: E. Gordon Rupp; Philip S. Watson, eds. Luther and Erasmus: Free Will and Salvation, Philadelphia: The Westminster Press, 1969, p. 137.

[3] João Calvino, As Institutas, III.21.3. (2016).

[4]Calvino afirma que: “Contra os ímpios, que com destemor falam mal de Deus abertamente, o Senhor se defende suficientemente com a Sua justiça, sem que Lhe sirvamos de advogados” (João Calvino, As Institutas da Religião Cristã: edição especial com notas para estudo e pesquisa, v. 3, (III.8), p. 49). Na sequência, entretanto, ele nos mostra como Deus nos fornece argumentos racionais para fazer calar as suas maldades e injustiças.

[5] “Aprendamos, pois, a evitar as inquirições concernentes a nosso Senhor, exceto até onde Ele nos revelou através da Escritura. Do contrário, entraremos num labirinto do qual o escape não nos será fácil” (João Calvino, Romanos, 2. ed. São Paulo: Parakletos, 2001, (Rm 11.33), p. 426-427).

[6]A lógica dirigida pelo espírito de submissão a Deus, sempre será útil; caso contrário, esqueçamo-la. No entanto, devemos ter em que mente que “não podemos prender Deus na prisão da lógica humana” (Anthony Hoekema. Salvos pela Graça, São Paulo: Cultura Cristã, 1997, p. 86).

[7]Calvino orientou-nos pastoralmente, dizendo: “Que esta seja a nossa regra sacra: não procurar saber nada mais senão o que a Escritura nos ensina. Onde o Senhor fecha seus próprios lábios, que nós igualmente impeçamos nossas mentes de avançar sequer um passo a mais” (João Calvino, Exposição de Romanos, São Paulo: Paracletos, 1997, (Rm 9.14), p. 330).

[8]Spurgeon (1834-1892) salientou: “Não se deve reter nenhuma doutrina. A doutrina retida, tão detestável na boca dos jesuítas, não é nem um pouco menos abjeta quando adotada por protestantes” (C.H. Spurgeon, Lições aos Meus Alunos, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1982, v. 2, p. 94). “O ensino saudável é a melhor proteção contra as heresias que assolam à direita e à esquerda entre nós” (C.H. Spurgeon, Lições aos Meus Alunos, v. 2, p. 89).

[9]“O propósito divino não é satisfazer nossa curiosidade, e, sim, ministrar-nos instrução proveitosa. Longe com todas as especulações que não produzem nenhuma edificação” (J. Calvino, As Pastorais, São Paulo: Paracletos, 1998, (2Tm 2.14) p. 233).

[10]Este é tio de Fausto Paolo Socino (1539-1604), teólogo italiano que entre outras heresias fruto de uma interpretação puramente racional das Escrituras, negava a doutrina da Trindade, a divindade de Cristo, sustentando a ressurreição apenas de alguns fiéis etc. O movimento herético conhecido como Socinianismo é derivado dos ensinamentos de ambos.

[11]João Calvino, Cartas de João Calvino, São Paulo: Cultura Cristã, 2009, p. 93. “O propósito divino não é satisfazer nossa curiosidade, e, sim, ministrar-nos instrução proveitosa. Longe, com todas as especulações que não produzem nenhuma edificação” (J. Calvino, As Pastorais, São Paulo: Paracletos, 1998, (2Tm 2.14) p. 233). Veja-se também: Segundo Prefácio de Calvino à tradução da Bíblia feita por Pierre Olivétan (1546), In: Eduardo Galasso Faria, ed. João Calvino: Textos Escolhidos, São Paulo: Pendão Real, 2008, p. 34.

[12]“…. O Criador é incompreensível para as Suas criaturas. Um Deus que pudesse ser exaustivamente compreendido por nós, cuja revelação sobre Si mesmo não nos apresentasse qualquer mistério, seria um Deus segundo a imagem do homem e, portanto, um Deus imaginário, e nunca o Deus da Bíblia” (J.I. Packer, Evangelização e Soberania de Deus, p. 20).

[13]Farley acentua com propriedade que “Um Deus que não fosse inefável, que fosse inteiramente conhecido como um objeto, uma coisa ou um dado, não seria o Deus da Escritura” (Benjamin Wirt Farley, A Providência de Deus na Perspectiva Reformada: In: Donald K. Mckim, ed. Grandes Temas da Tradição Reformada, São Paulo: Pendão Real, 1999, p. 74).

[14]Uso aqui a expressão de Feuerbach (1804-1872), todavia não aceito a sua hipótese. Se a teologia se limitasse a ser um reflexo daquilo que o homem pensa de si mesmo, aí sim ele          teria razão, poderíamos reduzir “a teologia à antropologia”. (Veja-se: L. Feuerbach, A Essência do Cristianismo, Campinas, SP.: Papirus, 1988, (Prefácio à 2. edição, p. 35), p. 55. Para Feuerbach a religião era apenas uma projeção da razão humana, a objetivação da sua essência. “Pelo Deus conheces o homem e vice-versa pelo homem conheces o seu Deus; ambos são a mesma coisa. O que é Deus para o homem é o seu espírito, a sua alma e o que é para o homem seu espírito, sua alma, seu coração, isto é também o seu Deus: Deus é a intimidade revelada, o pronunciamento do Eu do homem; a religião é uma revelação solene das preciosidades ocultas do homem, a confissão dos seus mais íntimos pensamentos, a manifestação pública dos seus segredos de amor” (Ibidem., p. 55-56. Veja-se também, p. 57 e 77). A razão é o critério último de toda a realidade (Ibidem., p. 81); “é a medida de todas as medidas” (Ibidem., p. 84). Deus é uma entidade criada pelo homem à imagem de sua razão: “Como tu pensas Deus, pensas a ti mesmo a medida do teu Deus é a medida da tua razão. Se pensas Deus limitado, então é a tua razão limitada; se pensas Deus ilimitado, então a tua razão não é também limitada (…). No ser ilimitado simbolizas apenas a tua razão ilimitada” (Ibidem., p. 82). Karl Marx (1818-1883), interpretando a concepção de Feuerbach, diz que este “resolve o mundo religioso na essência humana” (Karl Marx, Teses Contra Feuerbach, São Paulo: Abril Cultural, (Os Pensadores, v. 35), 1974, § 6, p. 58). Acrescenta: “Feuerbach não vê, pois, que o próprio ‘ânimo religioso’ é um produto social e que o indivíduo abstrato, analisado por ele, pertence a uma esfera social determinada” (Ibidem., § 7, p. 58).

[15]Calvino resumiu bem este conceito, dizendo: “Só quando Deus irradia em nós a luz de seu Espírito é que a Palavra logra produzir algum efeito. Daí a vocação interna, que só é eficaz no eleito e apropriada para ele, distingue-se da voz externa dos homens” (João Calvino, Exposição de Romanos, São Paulo: Paracletos, 1997, (Rm 10.16), p. 374.

[16] Quanto a este ponto, veja-se o excelente e desafiante livro de Lawson. (Steven J. Lawson, O tipo de pregação que Deus abençoa, São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2013).

[17]Charles Hodge (1797-1878) observou com precisão: “A teologia não é filosofia. Não pretende descobrir a verdade nem conciliar o que ensina como verdadeiro com todas as outras verdades. Seu lugar é simplesmente declarar o que Deus tem revelado em Sua Palavra, e justificar estas declarações até onde seja possível frente a equívocos e objeções. Este limitado e humilde ofício da teologia é especialmente necessário ter em mente, quando passamos a falar dos atos e propósitos de Deus” (Charles Hodge, Systematic Theology, Grand Rapids, Michigan: Eerdmans, 1986, v. 1, p. 535).

[18] L. Berkhof, Teologia Sistemática, Campinas, SP.: Luz Para o Caminho, 1990, p. 32. “…. Somos seres humanos, e é preciso que observemos sempre as limitações de nosso conhecimento, e não os ultrapassemos, pois tal gesto seria usurpar as prerrogativas divinas” (João Calvino, As Pastorais, São Paulo: Paracletos,1998, (1Tm 5.25), p. 160). “Deus não pode ser apreendido pela mente humana. É mister que Ele se revele através de Sua Palavra; e é à medida que Ele desce até nós que podemos, por sua vez, subir até os céus” (João Calvino, O Profeta Daniel: 1-6, São Paulo: Parakletos, 2000, v. 1, (Dn 3.2-7), p. 186). Do mesmo modo, enfatiza Schaeffer (1912-1984): “A comunicação entre Deus e o homem é verdadeira, o que não significa que ela seja exaustiva. Esta é uma importante diferença e precisa sempre ser mantida em mente. Para conhecer qualquer coisa que seja, de forma exaustiva, teríamos que ser infinitos, como Deus é. Mesmo no céu não seremos assim” (Francis A. Schaeffer, O Deus que Intervém, São Paulo: Cultura Cristã, 2002, p. 151). Veja-se: R.C. Sproul, O que é a teologia reformada: seus fundamentos e pontos principais de sua soteriologia, São Paulo: Cultura Cristã, 2009, p. 25ss.

[19]John M. Frame, A Doutrina do Conhecimento de Deus, São Paulo: Cultura Cristã, 2010, p. 37. Veja-se também: Norman Geisler; Peter Bocchino, Fundamentos Inabaláveis: resposta aos maiores questionamentos contemporâneos sobre a fé cristã, São Paulo: Vida Nova, 2003, p. 50.

[20] Calvino enfatizando a dificuldade do assunto que, considera um “labirinto” para a mente humana, observou corretamente que “…. o ser humano tropeça em muitas mesquinhas dificuldades, principalmente quando ouve o que a Escritura ensina acerca da predestinação” (J. Calvino, Exposição de Romanos, (Rm 9.14), p. 329).

[21] João Calvino, Exposição de Romanos, (Rm 9.14), p. 330.

[22]Cf. expressão de Calvino. Ver: As Institutas, III.21.1. Veja-se também: Francis Turretin, Institutes of Elenctic Theology, Phillipsburg, New Jersey: P & R. Publishing, 1992, v. 1, IV.6.9. p. 331. Calvino usa terminologia similar ao tratar da “Providência de Deus” (Cf. J. Calvino, As Institutas, I.17.6).

[23] Veja-se: J. Calvino, As Institutas, III.21.1.

[24] João Calvino, Efésios, São Paulo: Paracletos, 1998, (Ef 1.4), p. 26-27.

[25] O luterano Jenson observou que “…. Nenhum pensamento cristão, nem mesmo um pensamento remotamente cristão, pode evitar uma doutrina da predestinação” (Robert W. Jenson, O Espírito Santo: In: Carl E. Braaten; Robert W. Jenson, eds. Dogmática Cristã, São Leopoldo, RS.: Sinodal, 1995, v. 2, p. 148).

[26] Veja-se: Francis Turretin, Institutes of Elenctic Theology, v. 1, IV.6.4-5. p. 330.

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