Introdução ao Estudo dos Credos e Confissões (9) – A Doutrina de Cristo antes da Reforma – Um panorama histórico (2)

Este artigo é continuação do: Introdução ao Estudo dos Credos e Confissões (8) – A Doutrina de Cristo antes da Reforma – Um panorama histórico (1))

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C. Monarquianismo

 

 O nome é derivado de duas palavras gregas, mo/noj & a)rxh/, daí, “Um só Princípio”, “Um só Deus”. O Monarquianismo modalista foi a heresia mais influente do terceiro século.[1]

 

A sua preocupação era a defesa do monoteísmo, negando toda e qualquer ideia de diversidade no Ser divino, daí a tentativa de conciliar a doutrina do “Logos”, com a unicidade de Deus.

 

Os monarquianos criam numa espécie de divindade de Jesus (monarquianismo dinâmico),[2] contudo afirmavam ser a Trindade irreconciliável com a unidade de Deus. Dentro desta perspectiva, não há relação trinitária e está totalmente fora de questão a doutrina da Expiação e da intercessão do Espírito.

 

1. Monarquianismo Dinâmico: Também conhecido como “Humanitariano”. Seu primeiro representante foi o curtidor Teodoto, que chegou a Roma de Bizâncio no ano 190, como resultado de uma perseguição. Teodoto foi excomungado pelo bispo de Roma, Vítor (186-198). Contudo, suas ideias foram preservadas e difundidas por outro Teodoto, banqueiro, e um tal Asclepiodoto.[3] No entanto, o mais destacado defensor desta doutrina foi Paulo de Samosata, bispo de Antioquia por volta do ano 260.

 

Paulo de Samosata ensinava que Jesus era originariamente um mero homem,[4] sendo elevado a uma posição superior no batismo, quando recebeu o poder (“du/namij“) do céu. Este poder, que passou a residir na pessoa humana de Jesus – como em mero recipiente –, qualificou-o para uma tarefa especial. Assim, Jesus foi elevado a uma posição intermediária entre Deus e os homens, no entanto, Jesus não é essencialmente divino. A consciência de ser o portador do Logos, foi crescendo gradativamente em Jesus a partir do seu batismo. O Logos o capacitou a exercer um ministério especial e era Ele quem controlava todas as palavras e obras de Jesus.

 

Na visão deles, Jesus era o filho adotivo de Deus; portanto, a sua “divindade” era apenas de honra, de adoção e não de essência; ela ocorria pela graça. No entanto, dentro da plenitude da revelação bíblica, não há lugar para nenhum tipo de teologia adocionista. O fato bíblico é o oposto: O verbo eterno de Deus se fez carne e habitou entre nós (Jo 1.14). A encarnação tem início lá em cima, de onde vem o nosso Senhor (Jo 8.23) (Veja-se: Sinclair B. Ferguson, O Espírito Santo, São Paulo: Editora Os Puritanos, 2000, p. 52-53).

 

Essa teologia adopcionista foi condenada no Sínodo de Antioquia (268), sendo ele excomungado (Eusébio, Historia Eclesiastica, Madrid: La Editorial Catolica, [Biblioteca de Autores Cristianos, v. 349-350], 1973, VII.29.1).

 

2. Monarquianismo Modalista: Seu principal representante foi Sabélio, presbítero de Ptolemaida (250), tendo ensinado em Roma por volta do ano 215.

 

Esta forma de modalismo, foi conhecida no Ocidente como “Patripassianismo” (O Pai se encarnou e também sofreu)[5] e no Oriente como “Sabelianismo“.

 

Para Sabélio não havia Trindade; Pai, Filho e Espírito Santo eram apenas nomes diferentes para a mesma realidade; deste modo, os três eram apenas (Pro/swpata) (semblantes, faces) e não seres independentes (Veja-se: P. Tillich, História do Pensamento Cristão, São Paulo: ASTE., 1988, p. 73). Ele considerava as três Pessoas da Trindade como três diferentes modos de ação ou manifestação divina, as quais Deus assume sucessivamente, revelando-se como Pai na criação e na doação da Lei; como Filho na encarnação[6] e como Espírito na regeneração e santificação. Deus na realidade seria como um ator representando três papéis no enredo da história revelacional; três máscaras para três personagens encenados pelo mesmo ator.[7] Deste modo há apenas uma única Pessoa; ficando a Trindade reduzida a três modos de manifestação.

 

Epifânio, bispo de Salamis, descrevendo os ensinamentos do Sabelianismo, escreveu por volta do ano 375:        “Ensinam que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são uma só e mesma essência, três nomes apenas dados a uma só e mesma substância”.

 

À frente, Epifânio cita uma analogia utilizada:

 

Tome-se o sol: o sol é uma só substância, mas com tríplice manifestação: luz, calor e globo solar. O calor… é (análogo a) o Espírito; a luz, ao Filho; enquanto o Pai é representado pela verdadeira substância. Em certo momento, o Filho foi emitido como um raio de luz; cumpriu no mundo o que cabia à dispensação do Evangelho e à salvação dos homens, e retirou-se para os céus, semelhantemente ao raio enviado pelo sol que é novamente incorporado a ele. O Espírito Santo é enviado mais sigilosamente ao mundo e, sucessivamente, aos indivíduos dignos de o receberem.[8]

 

Implicações desta doutrina:

 

1) Não há Trindade.

2) As três formas de Revelação não são coeternas.

3) Há apenas três MODOS da mesma Pessoa, e não três Pessoas.

 

D. Arianismo

Nome derivado de seu maior representante, Ário (c. 250-c.336), natural da Líbia e educado em Antioquia da Síria, tendo como mestre a figura enigmática de Luciano de Antioquia († 312), que teria sido discípulo de Paulo de Samosata (Cf. J.N.D. Kelly, Doutrinas Centrais da Fé Cristã: Origem e Desenvolvimento, p. 174).

 

Ário teve os seus ensinamentos condenados em Antioquia (02/325); e no Primeiro Concílio Ecumênico de Nicéia (20/05/325), sendo então deportado para o Ilírico. Mesmo no exílio, ele continuou escrevendo, aumentando consideravelmente a sua influência, contando sempre com um bom número de amigos fiéis, sendo o grande articulador político do grupo ariano, o bispo Eusébio de Nicomédia († 342). Em 335, num encontro com Constantino (274-337), Ário subscreveu uma confissão considerada pelo Imperador “ortodoxa”, que na realidade é mais eloquente no seu silêncio.[9] Em 336/337, quando jazia no seu leito de morte em Constantinopla, foi solenemente readmitido à comunhão da Igreja pelo Sínodo de Jerusalém.[10]

 

Atanásio, grande opositor ao Arianismo

O Arianismo a despeito de sua condenação em Nicéia, juntamente com os anátemas emitidos por este Concílio, desfrutou de ampla aceitação no quarto século, só começando a perder força no Concílio de Constantinopla (381), quando a posição de Nicéia foi reafirmada; no entanto, o arianismo permaneceu vivo até o final do século sétimo.[11] Se por um lado o arianismo desfrutou de boa aceitação devido ao grande número de seguidores influentes e a tolerância explícita do imperador – que desejava a tudo custo manter a unidade do império –,[12] ele encontrou um adversário perseverante que, apesar da pequena estatura, tornou-se um gigante na defesa da ortodoxia bíblica: Atanásio (c 296-373), o jovem bispo de Alexandria (328-373),[13] que mesmo sendo perseguido e exilado, conseguiu exercer poderosa influência na teologia ocidental, preservando a unidade da igreja e uma sã teologia bíblica, sustentando a divindade e a humanidade de Jesus.[14]

 

O ponto focal de Ário é de que há um só Deus (Pai) não-gerado, sem começo, único, verdadeiro, único detentor de imortalidade. Para os arianos, Jesus Cristo não era da mesma substância do Pai (o(moou/sioj) (“da mesma natureza”), mas sim de uma substância similar (o(moio/usioj)(“de natureza semelhante”). Esse “iota” grego fazia toda a diferença entre um cristianismo bíblico e um cristianismo forjado pela imaginação do homem.[15]

 

Desta premissa, como observa Kelly (Veja-se: J.N.D. Kelly, Doutrinas Centrais da Fé Cristã: Origem e Desenvolvimento, p. 172-174), decorrem quatro outras:

 

1) O Filho é uma criatura; uma criatura perfeita, distinta da criação, mas que veio à existência pela vontade do Pai;

2) Como criatura, o Filho teve um começo. Logo, a afirmação de que Ele era coeterno com o Pai implicaria na existência de dois princípios, o que assinalaria uma negação do monoteísmo;

3) O Filho não tem nenhuma comunhão substancial com o Pai. Ele é uma criatura que recebeu o título de “Palavra” e “Sabedoria” de Deus porque participa da Palavra e Sabedoria essenciais;

4) O Filho está sujeito à mudanças e ao pecado, e poderia cair como o diabo caiu. Contudo, Deus prevendo a sua firmeza de caráter, agiu preventivamente com a Sua graça.

 

Ário e seus discípulos, buscando apoio em textos tais como Jo 1.14; 3.16,18; Cl 1.15; 1Jo 4.9, ensinavam que Deus, o Pai, criou o Filho primeiro e, por meio do Filho criou o Espírito, os homens e o mundo; portanto: Jesus é o primogênito do Pai e o Espírito é o primogênito do Filho. O Filho foi criado do nada; Ele veio à existência antes da fundação do mundo, mas ele não é eterno porque foi criado (Ver: Louis Berkhof, História das Doutrinas Cristãs, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1992, p. 78). Daí o “chavão” ariano: “Tempo houve em que Ele não existia” (Cf. J.N.D. Kelly, Doutrinas Centrais da Fé Cristã: Origem e Desenvolvimento, p. 173). Portanto, sendo o Filho criado, não é Deus; consequentemente, Jesus não é da mesma essência ou natureza do Pai. A atribuição de títulos “Deus” e “Filho” feita a Jesus, era apenas de cortesia, resultante da graça.

 

Quando perseguido em 321, Ário buscou ajuda no seu antigo e poderoso amigo, o bispo Eusébio de Nicomédia († 342) – que batizaria o imperador Constantino, moribundo em maio de 337 –, escrevendo: “Somos perseguidos porque afirmamos que o Filho tem um início, enquanto que Deus é sem início (a)/narxoj).[16]

 

O historiador W. Walker (1860-1922), resume a posição de Ário:

 

Para Ário, Cristo era, na verdade, Deus em certo sentido, mas um Deus inferior, de modo algum uno com o Pai em essência ou eternidade. Na encarnação, esse Logos entrou em um corpo humano, tomando o lugar do espírito racional humano.[17]

 

Tillich (1886-1965) especula: “A vitória do arianismo teria transformado o cristianismo em apenas mais uma entre as religiões já existentes” (P. Tillich, História do Pensamento Cristão, p. 77).

 

São Paulo, 26 de novembro de 2018.

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa

 

 


 

[1] Compare as informações de L. Berkhof, História das Doutrinas Cristãs, p. 71 com as de J.N.D. Kelly, Doutrinas Centrais da Fé Cristã: Origem e Desenvolvimento, p. 89. Berkhof diz que foi Tertuliano o primeiro a dar este designativo (monarquiano) a este tipo de concepção (História das Doutrinas Cristãs, p. 71).

[2] A força propulsora por trás do modalismo era a dupla convicção, defendida com vigor, da unicidade de Deus e da plena divindade de Cristo” (J.N.D. Kelly, Doutrinas Centrais da Fé Cristã: Origem e Desenvolvimento, p. 89).

[3]Eusébio, Historia Eclesiastica, Madrid: La Editorial Catolica, (Biblioteca de Autores Cristianos, v. 349-350), 1973, V.28.1-3,6,9.

[4]Eusébio, Historia Eclesiastica, V.28.2; VII.27.2.

[5] Na sua obra contra Práxeas (c. 213), Tertuliano escreveu: “O demônio tem lutado contra a verdade de muitas maneiras, inclusive defendendo-a para melhor destruí-la. Ele defende a unidade de Deus, o onipotente criador do universo, com o fim exclusivo de torná-la herética. Afirma que o próprio Pai desceu ao seio da Virgem, dela nascendo, e que o próprio Pai sofreu; que o Pai, em suma, foi pessoalmente Jesus Cristo…. Práxeas foi quem trouxe esta heresia da Ásia para Roma…. Ele afugentou profecia, e trouxe heresia; expulsou o Paráclito e crucificou o Pai” (Against Praxeas, 1. In: ANF., v. 3, p. 597-598). Devido à obscuridade da pessoa de Práxeas, pensa-se que este nome era apenas um apelido (“intrometido”), dado a algum proponente destas ideias, tais como, Noeto, Epígono ou o papa Calixto (217-222). (Veja-se: J.N.D. Kelly, Doutrinas Centrais da Fé Cristã: Origem e Desenvolvimento, p. 90).

[6] Boettner comenta: “A encarnação foi reduzida a ser simplesmente uma união temporária das naturezas Divina e humana no homem, Jesus Cristo” (Loraine Boettner, Studies in Theology, 9. ed. Philadelphia, The Presbyterian and Reformed Publishing Company, 1970, p. 128).

[7] Ver: Roger Olson, História das Controvérsias na Teologia Cristã: 2000 anos de unidade e diversidade, São Paulo: Editora Vida, 2004, p. 198.

[8]In: H. Bettenson, Documentos da Igreja Cristã, São Paulo: ASTE, 1967, p. 71. Do mesmo em: Alister E. McGrath, Teologia Sistemática, histórica e filosófica: uma introdução à teologia cristã, São Paulo: Shedd Publicações, 2005, p. 382-383.

[9]Veja-se o texto da sua confissão In: Socrates Scholasticus, The Ecclesiastical History, I.26. In: Philip Schaff; Henry Wace, eds. Nicene and Post-Nicene Fathers of Christian Church, Grand Rapids, Michigan: Eerdmans, (reprinted). (Second Series), 1978, v. 2, p. 28-29; Salaminus Hermias Sozomen, The Ecclesiastical History, I.27. In: Philip Schaff; Henry Wace, eds. Nicene and Post-Nicene Fathers of Christian Church, v. 2, p. 277-278; o texto grego está reproduzido In: Philip Schaff, The Creeds of Christendom, 6. ed. Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, (Revised and Enlarged), 1977, v. 2, p. 28-29. Veja-se também, Carlos Ignacio Gonzalez, El Desarrollo Dogmatico en los Concilios Cristologicos, Santafé de Bogotá: CELAM., 1991, p. 316.

[10] Cf. V.L. Walter, Arianismo: In: Walter A. Elwell, ed. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, São Paulo: Vida Nova, 1988-1990, v. 1, p. 105 e Eusebius of Nicomedia: In: Philip Schaff, ed. Religious Encyclopaedia: or Dictionary of Biblical, Historical, Doctrinal, and Practical Theology, Chicago: Funk Wagnalls, Publishers, 1887 (Revised Edition), v. 1, p. 772-773.

[11]Os visigodos (= godos do oeste) que invadiram e pilharam Roma em 24/08/410, conseguiram com muita dificuldade se manter sobre o território conquistado. Contudo, no período de apogeu, os visigodos estenderam os seus domínios sobre a maior parte da Espanha, comandados pelo rei Eurico (466-484). Os suevos, entretanto, conservaram o seu território independente no extremo noroeste da península. (Cf. Justo L. Gonzalez, A Era das Trevas, São Paulo: Vida Nova, (Uma História Ilustrada do Cristianismo), 1980-1988, v. 3, p. 12. Veja-se também: Vários autores, Enciclopedia Universal Ilustrada Europeo-Americana, Madrid, Espasa-Calpe, 70 Vols. (mais apêndices e suplementos), XXI, p. 902).

Apesar do indiscutível domínio dos visigodos, a unificação política dos seus domínios só se desenvolveu satisfatoriamente sob o reinado de Leovigildo (568-586), que estabeleceu a capital em Toledo, derrotando finalmente o reino dos suevos.

Os visigodos eram arianos, tendo sido doutrinados ao norte do Danúbio pelo missionário cristão Ulfilas (311?-383). Embora seja discutida a amplitude da influência do trabalho de Ulfilas sobre os visigodos, o fato é que ela existiu. (Cf. Kenneth S. Latourette, Historia del Cristianismo, 3. ed. Buenos Aires: Casa Bautista de Publicaciones, 1977, v. 1, 174 e Williston Walker, História da Igreja Cristã, São Paulo: ASTE, 1967, v. 1, p. 175. Vejam-se, também: Stephen Neill, História das Missões, São Paulo: Vida Nova, 1989, p. 57 e Ruth A. Tucker, “…Até aos Confins da Terra.”: Uma História Biográfica das Missões Cristãs, São Paulo: Vida Nova, 1986, p. 36-39). “Os arianos se consideravam a si mesmos como os verdadeiros cristãos e as suas igrejas, como a Igreja Católica” (Kenneth S. Latourette, Historia del Cristianismo, v. 1, p. 399).

Leovigildo tentou impor o arianismo a seus súditos na península; todavia, com a sua morte (21/04/586)(1), encerra-se a sucessão de reis visigodos “arianos”. O seu filho Recaredo I,(2) assume o trono, governando de 586 a 601. Recaredo, que ao que parece, era cristão, declarou-se oficialmente em 587, quando reinava apenas há dez meses. O bispo de Sevilha, Leandro (540-596), por certo, teve grande influência em sua decisão, como também tivera na de seu irmão Hermenegildo (564-586).

Após Recaredo dominar três conspirações arianas, visto que estes não se conformavam com a sua conversão, ele convocou o Terceiro Concílio de Toledo, que se celebrou em 06/05/589, com a assistência de 62 bispos e 5 metropolitanos de Espanha e das Gálias, sendo Leandro de Sevilha (540-596) o grande personagem deste evento. À ocasião, Recaredo e sua esposa Bada, reafirmaram as suas conversões ao catolicismo – proclamando deste modo a conversão de todo o reino –, e muitos outros abjuraram o arianismo, entre eles cinco magnatas e oito bispos. (Veja-se: Enciclopedia Universal Ilustrada Europeo-Americana, XLIX, p. 1137). Alguns arianos aristocratas fizeram oposição ao rei, todavia, como não dispunham de apoio popular, nada conseguiram. (Cf. Jacques Heers, História Medieval, 3. ed. (corrigida), São Paulo: Difel, 1981, p. 31).

O crescente desaparecimento do arianismo “facilitou a unidade religiosa e cultural da Europa Ocidental”. (Kenneth S. Latourette, Historia del Cristianismo, v. 1, p. 400).

 

*****

 

(1) Parece que Leovigildo se fez católico no leito de morte (Veja-se: Enciclopedia Universal Ilustrada Europeo-Americana, XXI, p. 904A; XXVII, p. 1205A; XXIX, p. 1234A), entregando seu filho Recaredo aos cuidados espirituais de     Leandro de Sevilha.

(2) O primeiro filho de Leovigildo foi Hermenegildo (564-586), nascido do seu primeiro casamento com a católica Riquilde (Richilde), que teve vida breve (ou Teodora, que segundo alguns, era irmã do bispo Leandro (Cf. Enciclopedia Universal Ilustrada Europeo-Americana, XXIX, p. 1234a)). Hermenegildo se converteu ao catolicismo por volta do ano 580, mudando o seu nome para João. Mais tarde, por questões políticas e, finalmente, por se negar voltar ao arianismo, rejeitando inclusive, receber a Comunhão das mãos de um bispo ariano, Hermenegildo foi martirizado em 13/04/586, provavelmente em Sevilha (Veja-se: Enciclopedia Universal Ilustrada Europeo-Americana, XXI, p. 903b; XXVII, p. 1204). Em sua homenagem, o Rei Fernando VII, de Espanha (1784-1833), criou em 10/07/1815, “A Real e Militar Ordem de São Hermenegildo”, que objetivava premiar os oficiais dos Reais Exércitos e Armada pela constância no serviço militar. (Veja-se: Enciclopedia Universal Ilustrada Europeo-Americana, XXVII, p. 1203-1204).

Recaredo foi o segundo filho de Leovigildo, rebento do seu casamento com Goisuintha, viúva de Atanagildo, sendo uma “ariana furiosa” (Cf. Enciclopedia Universal Ilustrada Europeo-Americana, XXI, p. 903b). Todavia, na Enciclopedia Universal Ilustrada Europeo-Americana, XIL, p. 1136b, encontramos a informação de que esta era a sua madrasta.

[12] Vejam-se: Philip Schaff, History of the Christian Church, Peabody, Massachusetts: Hendrickson Publishers, 1996, v. 3, § 119, p. 621; Atanásio: In: Tony Lane, Pensamento Cristão: Dos Primórdios à Idade Média, São Paulo: Abba Press Editora, 1999, v. 1, p. 45; P. Tillich, História do Pensamento Cristão, p. 75-76.

[13] Desses 45 anos, 17 foram passados em cinco exílios diferentes. (Cf. Samuel J. Mikolaski, Atanasio: In: Wilton M. Nelson, ed. ger. Diccionario de Historia de la Iglesia, Miami: Florida: Editorial Caribe, 1989, p. 100 e Atanásio: In: Tony Lane, Pensamento Cristão: Dos Primórdios à Idade Média, v. 1, p. 45).

[14]Veja-se: Samuel J. Mikolaski, Atanasio: In: Wilton M. Nelson, ed. ger. Diccionario de Historia de la Iglesia, p. 99-100.

[15] Vejam-se: Wayne A. Grudem, Teologia Sistemática, p. 179-180; P. Tillich, História do Pensamento Cristão, p. 73-74.

[16] Ário a Eusébio, In: Socrates Scholasticus, Ecclesiastical History, I.5. In: Philip Schaff; Henry Wace, eds. Nicene and Post-Nicene Fathers of Christian Church, Grand Rapids, Michigan: Eerdmans, (reprinted). (Second Series), 1978, v. 2, p. 3. Ver também: H. Bettenson, Documentos da Igreja Cristã, p. 72 e Carlos Ignacio Gonzalez, El Desarrollo Dogmatico en los Concilios Cristologicos, p. 314.

[17] W. Walker, História da Igreja Cristã, São Paulo: ASTE., 1967, v. 1, p. 158.

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