A Pessoa e Obra do Espírito Santo (228)

7. “Sede santos!”: vocação à santidade e a responsabilidade do crente  (Continuação)

Meditação e prática das Escrituras

É impossível haver um genuíno amadurecimento espiritual distante da Palavra. Por isso, o meditar nas Escrituras é indispensável à nossa santificação.

          Poythress orienta:

Não há atalho para crescer no entendimento da Escritura e no entendimento de Deus que fala na Escritura. Cada aspecto do entendimento ajuda outro aspecto. É importante crescer, porque um entendimento profundo da Escritura é vital à medida que nos esforçamos para servir a Cristo criativamente em situações que a Bíblia não aborda diretamente. A Bíblia como a Palavra de Deus aborda todas as coisas, quer diretamente, quer na forma de implicação. Ela fala para toda a vida. Mas para ver como isso se dá, pode ser necessário reflexão e meditação.[1]

          Sobre o progresso espiritual e a meditação nas Escrituras, Calvino comenta:

Só são dignos estudantes da lei aqueles que se achegam a ela com uma mente disposta e se deleitam com suas instruções, não considerando nada mais desejável e delicioso do que extrair dela o genuíno progresso. Desse amor pela lei procede a constante meditação nela.[2]

          O ouvir e meditar são os passos conducentes à prática. O meditar sincero aprofunda a leitura nos propiciando uma compreensão mais ampla e piedosa da doutrina.

          Aquilo sobre o que meditamos, normalmente, molda a nossa perspectiva da realidade e o nosso comportamento.[3] Esta sabedoria espiritual exige um laborioso processo de compreensão, entendimento e prática da verdade. Portanto, a nossa sabedoria consiste em nos submeter às Escrituras. 

          Temos que treinar os nossos pés na vereda da justiça. A obediência a Deus deve ser exercitada diariamente. Os salmistas testemunham:

Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.  2 Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. (Sl 1.1-2).
Quanto às ações dos homens, pela palavra dos teus lábios eu me tenho guardado dos caminhos do violento. Os meus passos se afizeram às tuas veredas, os meus pés não resvalaram. (Sl 17.4-5).
Bem-aventurados os irrepreensíveis no seu caminho, que andam na lei do Senhor. (Sl 119.1. Vejam-se: Dt 30.14; Rm 2.13; Tg 1.22-25).

          No Salmo 1 vemos que enquanto o ímpio persegue freneticamente o conselho e caminho dos ímpios, o fiel, que tem na Palavra o seu prazer, ocupa a sua mente com a Lei do Senhor; de dia e de noite. A ênfase é no objeto da meditação (A Lei) e a sua constância.

Maringá, 01 de julho de 2021.

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa


[1]Vern S. Poythress, O Senhorio de Cristo: servindo o nosso Senhor o tempo todo, em toda a vida e de todo o nosso coração, Brasília, DF.: Monergismo, 2019, p. 174.

[2]João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Paracletos, 1999, v. 1, (Sl 1.2), p. 53.

[3]“Todos nós meditamos e somos moldados pelo objeto de nossa meditação”  (Randy Alcorn, Decisões diárias cumulativas, coragem em uma causa e uma vida de perseverança: In: John Piper; Justin Taylor, eds. Firmes: um chamado à perseverança dos santos. São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2010, p. 99).

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